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MAGU CARTABRANCA
( BRASIL – GOÍAS )
Nasceu em Aragarças (GO), veio pra Brasília em 1969.
Morador do Cruzeiro Velho. Fundador, compositor e músico
da lendária banda Sepultura (dois LPs e um CD), banda que marcou
a Era de Ouro do rock Brasília.
Jornalista, agitador cultural, escritor, com três livros lançados:
O Cantor e o Som Imaginário, O Anjo e O Dez Olhos do Homem.
Fundador e apresentador do programa de TV O Libertário, exibido
na TV Comunitária de Brasília, canal 12 da Net.
Atualmente faz parte da banda Rock Brasília.
Membro da ACADEMIA CRUZEIRENSE DE LETRAS no. 06
Patrono: Nilton Rossi
I COLETÂNEA DA ACADEMIA CRUZEIRENSE DE LETRAS. Rafael Fernandes de Souza (org.) Brasília: Art Letras Gráfica e Editora, 2019. 224 p. ISBN 978-85-9506- 135- 4 Exemplar na biblioteca de Antonio Miranda.
UM PASSADO NÃO TÃO DISTANTE
As urnas que foram jogadas de pequenos aviões
em altos rios e mares já não existe mais, foram
destruídas pelo tempo e medo dos que seguiram até
chegar ao centro do país. Os que seguiram à
esquerda já tinha ouvido os tiros de advertência,
entrincheirados, feridos e famintos, aceitaram o
dinheiro falso e as armas que só Deus sabe de
onde vieram. O meu pai se vestiu de mulher e
atravessou a ponte, levando comida e remédio para
os guerrilheiros, a última notícia que se tem dele é
que lutou até o fim em nome do povo. As águas do
Rio Araguaia pegaram fogo, iluminando os rostos das
pobres viúvas que viram as Forças Armadas
comandarem o país, a minha avó, a minha avó,
apenas apertou um cigarro e fumou.
CANTANDO VOA PRA QUALQUER LUGAR
Parei de andar, parei de caminhar pelas noites infinitas,
infindas, cuidando de cada flor e mudas pelos jardins de
Brasília. Agora estou voando, dando rasantes pela
destruição do mundo, rindo e dançando ao nível de minha
mente, olhar, sobrancelhas e cílios a encantar, estou voando
sobre Palácios, Tribunais, AGU e o Congresso Nacional,
disfarçando minhas lágrimas teatrais que pingam como s
sangue de um nariz socando as covardias, manchando as
calçadas do meu amado Brasil. Meu poderio de fogos, armas e munições para lutar até o fim em poesias e filosofias.
MAQUIAGEM
Volto às velhas doses tomadas num gole só e nas
baforadas do cigarro, apagando a minha resistência.
Aprofundei-me para valer em estradas sinuosas com os meus olhos brilhando no escuro de uma jornada que achava não ter fim, mas voltei à tona com a
preocupação dos meus familiares e filhos, renascendo em mim a força pra seguir em frente com quem amo.
Sei que ainda não posso falar das flores, dos bosques, do lado bom e do “bom dia, companheiro”,
porque a hóstia ainda não derreteu na minha boca e eu não destruí as ogivas criadas no meu pensamento. Hoje, minha consciência é ridicularizada no meu bate-papo com Deus, meu divino espírito santo. Três com sete são dez e, com mais três, são treze, simples assim.
Talvez eu não precise contar os mortos em lágrimas numa postura em que os grandes homens morrem sozinhos, pelo próprio nariz e egoísmo, nos estágios da loucura, cura, fortuna e da beleza perdida, disfarçando o rosto com maquiagem de palhaço.’
SAUDADES
Minha cidade
minha terra natal
meus passos pelo chão.
Minha Aragarças
cheia de graças
e garças brancas livres a voar.
Meu pôr do sol
um rio Araguaia
e suas águas cintilantes
que me ensinou a nadar...
Rumo ao mar, rumo ao mar...
LETRAS DE FOGO
Os cocos, os pés de cocos e todos os frutos podem a almejar o que impera na vozes dos advogados, fazendo às prateleiras no bojo da letra morta, pois abunda uma fortuna que não segue os meus passos, nas consoantes dos sem medo, os direitos de um homem, perante os homens que percebem perfeitamente as mentiras estampadas nos rostos dos malfeitores, bandidos.
Os argumentos acrescem o avesso incumbem a baila no
lúcido dos meus olhos, assegurados por mim na validação e provas tocáveis a essa sujeira monstruosa e aquecida com poesias de lágrimas que arrimam. Não posso deixar quem que seja ser aberto às facas da ambição. Esta autópsia de ilustres covardes, asseverando as estatísticas e meu propósito que não pode falhar, nesta prova final de um julgamento justo, em que eu possa prosternar com orgulho.
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Página publicada em agosto de 2024
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